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Nos últimos cinco anos, o Brasil tem vivenciado uma transformação silenciosa, porém profunda, na configuração dos crimes patrimoniais — aqueles que afetam diretamente o patrimônio das pessoas, como furtos, roubos, estelionatos e fraudes. Trata-se de uma das categorias mais comuns de ocorrência criminal, com forte impacto na sensação de segurança da sociedade. Os tradicionais roubos de rua, que já dominaram as estatísticas policiais, vêm dando lugar a crimes menos visíveis, mas muito mais frequentes e sofisticados: o estelionato e as fraudes eletrônicas. Essa mudança começou a ser percebida com mais clareza a partir do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, que analisou os dados de 2021. Desde então, os relatórios anuais vêm confirmando uma tendência cada vez mais consolidada: o crime patrimonial migrou das ruas para o ambiente digital.

A crescente sofisticação dos criminosos cibernéticos tem desafiado as autoridades no combate a atividades ilícitas online. O uso de ferramentas de anonimização, como ProtonMail , carteiras de criptomoedas e navegadores como o Tor , tornou a identificação desses atores uma tarefa complexa. No entanto, os Stealer Logs têm emergido como uma ferramenta poderosa para a qualificação de alvos e análise de inteligência, fornecendo informações valiosas para investigações. Os Stealer Logs contêm registros extraídos de sistemas comprometidos, capturando credenciais de acesso, históricos de navegação, dados de carteiras de criptomoedas, informações de preenchimento automático de navegadores e outros dados armazenados em dispositivos. Esses registros, muitas vezes encontrados em ambientes da deep e dark web , revelam conexões entre indivíduos e suas atividades digitais, permitindo que investigadores analisem padrões e obtenham insights relevantes sobre redes criminosas.